sexta-feira, 13 de abril de 2012

2 colheres de açúcar, 2 colheres de lágrima.

Quando nascemos, bem antes da mamãe ter aquela conversinha com a gente de como os bebês nascem, alguém em sã consciência devia nos ensinar coisinhas básicas sobre a escola do amor. Querem nos ensinar como graduar na escola do amor ao gerar outro ser, mas esquecem de nos ensinar como blindar nosso coração carente de todos os males que o podem assolar.

Ninguém explica que não podemos ficar com o primeiro cara na night que venha conversar com a gente, por medo de mais ninguém se interessar por você. Besteira, depois de algumas cervejas, ou às vezes, dependendo da concorrência, de algumas doses de tequila, você vira uma princesa linda de vestido rosa e pode ter quem você quiser com tamanha autoconfiança. Na verdade nada é mais sexy, nada enfeitiça mais um homem do que uma mulher que não tem medo de olhar "olho no olho" e que nunca abaixa a cabeça.

Sua mãe não coloca você no colo e não te explica que seu primeiro amor vai ser sempre importante por ser seu primeiro amor, mas que não necessariamente precisa ser seu marido eterno, isso não tira a importância dele e descartá-lo da sua vida quando você percebe o mala que ele é, não faz de você a mulher mais malvada e babaca do mundo. As pessoas são importantes em diferentes fases da nossa vida e o grau de importância não se mede pelo tempo que elas ocupam na nossa eternidade, mas pela intensidade com que elas nos marcam.

Ninguém te explica que ter o namorado perfeito, aquele de fazer inveja com as amigas, não vai te garantir o casamento perfeito e muito menos garantir que você vai amá-lo para todo o sempre. Aliás, o para sempre é um mito, ninguém vive pra sempre, ninguém ama pra sempre, o importante é ele te amar sempre, enquanto estiver com você.

Ele pode ser um príncipe fofo, te encher de carinhos e mimos, o homem de consumo de qualquer mulher, e ainda assim você pode não conseguir se apaixonar por ele, por mais que racionalmente você queira muito. Murphy não nasceu mulher porque seria babaca demais ter preferencia por sacanear membros da mesma classe. Aquele por quem você deveria se apaixonar certamente será o único por quem você não vai se apaixonar. O amor exige esforço, exige um querer desmedido que desconhece qualquer limite racional e emocional.

Pronto. Bem-vinda a aula crucial, aquela antes da prova que tem dicas pontuais, aquela que se você tivesse deixado a fofoca nos corredores de lado e assistido, você provavelmente teria ido bem melhor nas provas da vida. Faltou uma alma sentar com você e explicar que o ponto fraco de qualquer mulher é o coração e que infelizmente esse é o alvo preferido deles.

É muito difícil explicar que na vida, inevitavelmente, o seu coração vai ser partido, e reze para que sejam poucas às vezes, reze para que o amor vivido tenha valido a pena pelo menos um pouquinho para amenizar a dor de quando ele termina, ou quando o seu namorado diz que termina, o que pra eles é a mesma coisa, mas na prática é completamente diferente.

Aliás, num relacionamento quase sempre o tempo de um é diferente do tempo do outro. Um dia você entra com o "pé" e se sente a maior "fdp" do mundo, no outro você entra com a "bunda" e descobre que era melhor não ter bunda e chora aquele triste fim e chora mais um pé na bunda para sua coleção. Alguém tem que sofrer, uns mais, outros menos, mesmo que o término seja consensual, ou que você nem goste tanto dele assim, somos seres passionais e sempre pagamos a conta por isso.

Pensando bem, revolucionária será a mulher que descobrir a receita para curar um coração partido, ou uma fórmula milagrosa para que o coração aprenda a esquecer aquela pessoa bem rápido, ou mesmo, e aí pensando bem alto, sonhando, a mulher que crie uma maneira de evitar que os corações sejam partidos, sem que para isso tenhamos que desacreditar do amor, sem que para isso tenhamos que assumir uma vida sem qualquer pitada de emoção, de paixão, de risco. Impossível.

Qualquer mãe deve ter dificuldade de contar para a sua filha que ter nascido da combinação cromossômica XX foi a senha para que o universo já prepare uma forma de cedo ou tarde, colocar no seu mundinho um individuo que vai dilacerar o seu coraçãozinho. E você, mamãe, inerte e impotente, não poderá fazer ou falar nada que possa consolá-la. Você vai ter que se segurar, ao perceber que aquele meliante se aproxima da sua princesinha, só com péssimas intenções e que você vai assistir de camarote, a queda desesperada da dama. Cheque-mate. A verdade é que, no fundo, a gente sabe que só nós mesmas temos a capacidade de juntar nossos caquinhos e resolver nossos problemas.

Mas fiquem tranquilas meninas, esse músculo involuntário que pulsa no peito aprende rápido, isso não significa que você não vai cometer o erro de se apaixonar perdidamente e tomar aquela cagada na cabeça de novo, mas o seu coração aprende que na vida tudo passa, e que quando um amor vai embora, você pega as caixas de recordação guarda lá no fundo do armário, ou faz uma fogueira bonita para espantar os maus fluidos e pronto, certamente outro amor errante há de bater na sua porta.

Nem todo sentimento é paixão, nem toda paixão é amor, nem todo amor é amor mesmo. Somos capazes de amar de maneiras distintas e sofrer de maneiras diversas por cada amorzinho que não dá certo. Coragem. Esquecer um grande amor não acontece de um dia para o outro, e nem sempre fica mais fácil de esquecê-lo nos braços de outro.

O importante é que a cada vez que seu coração é partido você aprimora o seu modus operandi de se reerguer. Vai doer sempre. Mas você aprende a se preservar um pouco mais. A lidar melhor com a dor. E principalmente, te ensina a viver mais intensamente um romance, a aproveitar as coisas boas enquanto elas existem.

A diferença é que nossas mães não contam essas historias, mas os pais, esses ensinam direitinho e logo que o filho balbucia as primeiras palavras já falam em tom de ameaça com o moleque: Meu garoto vai arrasar com o coraçãozinho das meninas, vai ser um garanhão, galinhão e todas as combinações de “ão” existentes...

O que eles não sabem, e a mãe no fundo tem certeza, é que vai chegar aquela princesa, muito maravilhosa, castigada da vida, phd em coração partido, que vai mostrar pra ele que todo mundo tem seu dia de bobalhão, vai deixar ele amarradão, ele vai lutar contra de todas as formas, vai tentar fazer de tudo para afastar essa mulher, até perceber que até para ter medo na vida tem um limite, ele vai se render e aí...bom...a parte de como os bebês nascem sua mãe já explicou....

Por via das dúvidas: “Enfermeira! favor tirar aquele meliante de fralda azul de perto da minha princesinha. Grata”.


domingo, 25 de abril de 2010

Marujo que é marujo sabe a hora de zarpar...


Âncora: Mar. Instrumento de ferro que, ligado ao navio por uma corrente é lançado ao fundo da água, o mantém seguro. Depois dos “cafas” apresento a mais tradicional categoria masculina: os âncoras.



Percebam a interessante definição do dicionário. Precisa. Um homem âncora é aquele com o incrível poder de colocar você para baixo. A capacidade incomparável de sugá-la para o obscuro, de nos prender no fosso de nossa existência. E o pior...na escuridão e no medo surge o envolcro, a corrente, que não lhe permite levantar e livrar-se do tal âncora: a segurança que de alguma maneira aquilo te dá.



Ser um âncora é um conceito muito mais amplo do que ser um malandro, vagabundo de profissão, aquele tipo pobretão que racha até a conta do motel com você. O pior tipo de âncora é aquele que põe a sua autoestima no chão. É aquele que não te ama, te domina, sem que você consiga apresentar qualquer resistência.



Aquele homem que a amarra numa relação sem futuro, que a convence que você não vai conseguir nada melhor. Aquele que sabe o que atinge lá dentro e usa esse artifício todas as vezes em que vc tenta subir para a suprficie e respirar novamente.



Instrumento de ferro...não pense besteira...pesado...capaz de colocar tantas vezes a responsabilidade do mundo nas suas costas. Capaz de torná-la culpada das maiores atrocidades. Um relacionamento que se torna um calvário. E nós, caras leitoras, silenciamos.



Permitimos nos convencer. Abrimos espaço em nosso peito, em nossa alma, fornecemos à esses babacas lugar privilegiado em nossas histórias e na maioria das vezes, os tornamos protagonistas da nossa própria vida.



Entregues ao medo de arriscar. Questionamos todos aqueles que tentam nos mostrar nossa fragilidade, todos que tentam nos revelar a identidade, em face da nossa voluntária ingenuidade, secreta do homem que está ao nosso lado: o super âncora.



O pior, é quando temos a noção exata do âncora que arrastamos pela nossa vida. Conformismo explícito com a fria caverna em que ele nos colocou. Aceitamos nosso casulo porque nós mesmas desconfiamos da nossa capacidade de superação. Porque nós mesmas somos incapazes de reconhecer nossas qualidades.



A verdade é que só acreditamos e nos apegamos ao nosso defeito. Esquecemos num baú empoeirado o que temos de melhor. Prato cheio para o âncora. Vulnerabilidade escrachada. É como se colocassemos aquela plaquinha: Desesperada procura!



É muito dificil esquecer, enfrentar as duras palavras proferidas. É dificil absorver a ideia de que há vezes em que é melhor estar sozinha do que na companhia de quem não quer crescer com você...mas crescer por cima de você. O nosso fraquejo, a nossa incapacidade em reconhecer o que temos de melhor, é o trampolim de sobrevivência do âncora.



Ele aprende a se manter nas nossas falhas e aprende a construir sua essencial presença em nosso medo de estar sozinha. Nosso medo da solidão é tão grande que somos capazes de deleitar-nos com a nociva existência dessa relação hipócrita.



Ele não tem um grande emprego, ele tem filhos de outra relação, ele é um galinha, ele chifra você sem vergonha alguma, sem o menor peso na consciência. Ele não quer casar na Igreja porque não acredita na instituição do casamento (que justificativa mais torpe é essa). Ele sempre arruma um jeito de fazer qualquer crítica mesmo quando você sabe, e olha q isso é muito raro, que você está perfeita.



Poderia listar infinitas situações mas só essas me vieram a cabeça. E você...sentada no azulejo frio do banheiro, chorando em silêncio, engolindo a realidade, focando na ilsuão mais absurda de que não é nada disso. Querendo se convencer de que você não tem mais idade de jogar um relacionamento fora e arriscar ficar para a titia.



Ou de que você simplesmente já não consegue ficar sem a sua muleta. De que voce já vive há tanto tempo naquela história que já não sabe viver outro tipo de vida. A verdade é que existe um momento em que há de se ter peito na vida, e não precisa ser de silicone.



Meninas, imaginem o peso morto que você retira ao deixar o âncora no fundo do mar bem longe de você. Perceba que é uma espécie de lipo. Dói. Mas você perde no exato lugar que mais te incomoda. Perde aquele que afeta sua razão, que impede que você enxergue com clareza a realidade dos fatos. É ele quem jamais conseguirá algo melhor que você.



É por isso que resolvi dar um basta, resolvi acreditar que quando eu nasci mamãe não passou repelente contra homens decentes. Resolvi crer que posso depositar mais fé na minha própria pessoa. Levo comigo a certeza de que não preciso de alguém melhor, preciso de alguém que me complete.


Não sou loira, não tenho olhos azuis, meu corpo não é violão. Não sou rica, nem super inteligente, nem tenho o melhor emprego do mundo. Definitivamente não sou nem a última e nem de longe a melhor bolacha do pacote, mas me recuso a virar comida de qualquer morto de fome. Quero alguém que saborei as peculiaridades das minhas imperfeições e principalmente, deleite-se, como se fosse única, toda a minha perfeição.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Simples assim...

A felicidade mora na simplicidade. No chopp gelado. No abraço apertado. Na risada de si mesma. Mora na inquietude de quem não se conforma em sobreviver, de quem experimenta o fel e não descansa enquanto não raspar o que resta no pote.



Parece que por vezes o tempo nos torna espectador de tudo ao nosso redor, a sensação de acompanhar a nossa realidade, e de tudo que se vê, brota aquele sorriso maroto, de canto de boca, aquele sorriso, de que tudo valeu a pena, para quem nem uma tormenta é grande o bastante que não possa ser vencida.



Não espero a sorte de ser feliz todos oos dias e nem mesmo rezo para que os meus problemas silenciem. Não mais. Vivo tudo. Vivo a intensidade, escuto os problemas que me permitem apreciar a grandeza das minhas conquistas.



A peleja é eterna, o importante é concentrar-se em cada batalha. Saborear as pequenas vitórias. Agradecer cada risada que você se permite, sem nem bem entender porque ainda está rindo.



O que importa no fundo de nossa alma, é estar cercada por todos aqueles que eu amo, todos, cercada de todos os tipos de amores. O importante é estar no cerco em que me sinto amada, onde o sol esquenta minha alma em noite chuvosa do fim do verão.



Aprecio o milagre de estar vida. Ainda que esta não seja lá essa maravilha, ainda que a maioria dos pilares tenha cedido, fico com a ingenuidade e conforto da felicidade gratuita que por hora me enche da gratidão de quem deu mais um passo...e já não está mais no mesmo lugar.



A felicidade mora na simplicidade. A felicidade mora na vírgula...o ponto final é mero detalhe. Aproveite as pausas em cada infinto de sua ínfima existencia. Siga até que a certeza se faça realidade, e que o fim da frase leve consigo, no meu rosto estampo aquele sorriso, aquele maroto de canto de boca, aquele efeito reflexo da felicidade gratuita que nos doma o peito quando menos se espera.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Beijando a lona..

Beijando a lona..

Pronto. Fim da linha. Fundo do poço. Local seguro, resguardado das minhas ambições, das minhas expectativas irritantemente otimistas. A sensação é de um alívio ao avesso. Parece impossível imaginar um degrau abaixo. Minha certeza é frágil, como todas as certezas são. Mas a verdade é que chega um momento em que nenhum alicerce resisti. Tudo desmorona. Como um sopro minha fragilidade se revela. Nua. Não resta mais nada.


Posso sentir minha satisfação com tantos motivos para estar triste e descrente. Sempre me surpreende minha vocação em adorar, venerar o fracasso. Confortável posição de que nada mais me atinge, pois tudo que me afeta já deu sinais de vida. Tudo. Todos. Em poucos meses a mesa virou e não posso mais culpar a sorte, ou o destino ou ainda qualquer similar. A culpa é minha. Primeiro passo da reabilitação.


Não que eu espere conseguir percorrer os cinco passos, ou dois sequer. Nesse momento seguir em frente já está difícil o que dizer de seguir um projeto. Independente de que projeto seja. Qualquer um estará fadado enquanto eu não colocar minha cabeça em ordem, meu coração em paz, minha fé em primeiro plano e, principalmente, essencialmente resgatar minha capacidade de persistência, de recomeçar, que eu tenho certeza que deve estar em algum baú velho, todo empoeirado ,perdido em algum canto sombrio do que há de melhor na minha alma.


Minha intenção é justamente não ser entendida. Quando a vida te dá limões faça uma limonada. No meu caso eu fiz uma caipirinha e agora amargo aquela ressaca dupla. Física e moral. Curáveis. Simples. Como as questões por pior que sejam devam ser tratadas a partir desse momento.


Sempre há uma saída. Sempre há um buraco que nos retira da inércia e nos leva a outro lugar. Inesperado. Exatamente o que eu estou precisando agora. É hora de aposentar as velhas desculpas. Hora de entregar-se ao que é possível para que aos poucos o impossível seja apenas um próximo passo, sem grande relevância diante do todo já alcançado.


Não é hora de esperar um “tapinha nas costas”. Chega de buscar nos outros as frases que trazem conforto mas não ajudam em nada. É tempo de deixar de crer que qualquer coisa ou pessoa tenha mais influência no seu caminho do que você mesmo. Não é hora de espalhar a minha dor, de compartilhar derrotas e redistribuir o meu fracasso para torná-lo menos penoso. É hora de assumir minhas apostas. Assumir o ônus e o bônus de ser quem eu sou.



quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vai pra night de bobeira???

Vai pra night de bobeira???

Final de semana. Começa a involuntária jornada de lançar-se ainda que forçadamente na noite. Na verdade atualmente não há dia marcado para badalar, nem lugar certo, nem ritmo preferido. Só há uma certeza, na noite todos os gatos são pardos e a esperança é que pelo menos um deles seja de raça e, obviamente, queira comer na sua mão.

Meninas, confesso uma coisa: eu não gosto da badalação. Seja pelo meu romantismo incurável que não me permite achar graça na pegação, seja pela sensação de me sentir como uma peça de carne no açougue, esperando algum freguês se interessar pelo meu corte ou, se nada der certo, acabar morrendo no fundo freezer.

Todas as vezes que me forço a sair, o faço porque detesto ser sozinha, não tenho vocação para ir ao cinema solteirona, nem para passar meus finais de semana debaixo do edredom curtindo uma fossa. Preciso de um homem e o único lugar que me resta para procurar é, infelizmente, numa night.

Todos os outros lugares possíveis: faculdade, trabalho, amigos, foram buscas frustradas. Não há mais opção. Vencida pela escassez parto em busca da agulha no palheiro. Uma busca sem começo nem fim, por alguém que valha realmente o meu tempo.

Ice, ice, ice na balada, cerveja gelada. Gatinha “cê” gosta mais de red label ou ice? Pelo refrão já dá pra sacar que a busca é quase um desperdício absoluto de tempo. Mas o diabo, guerreiras do sexo frágil, mora no quase.

Uma hora da madrugada. Para uma cinderela moderna ainda é cedo para virar abóbora. Um sujeito se apresenta. Inicia-se o processo seletivo, que nesse caso, varia com as particularidades de cada uma, afinal, gosto é como umbigo, cada um tem o seu.

Pelo adiantado da hora, pelo cansaço da presepada, você resolve colaborar com o destino, coloca na sua cabeça o lema de que beleza não é tudo e parte para vazio e morno papo de night. É quase uma entrevista de emprego. Nome, profissão, a insólita piadinha do estado civil. Pausa para uma cantadinha marota.

Nesse momento você deve estar pensando: faz tanto tempo que eu não converso metade dos tópicos acima. É amiga, a vida não é fácil, e na maioria das vezes ou você beija logo, ou ele sai correndo “para ir ao banheiro”.

Voltamos ao que interessa, uma conversa com um pouco, eu disse um pouco mesmo de subsídios ainda que longe de ser inebriante. Você resolve se jogar nos braços da sorte e fica/beija/amassa o malandro, depedendo do seu estilo, se é que você me entende.

Casada na night. Ele te paga uma bebida. Interage com as suas amigas. Fica abraçado com você. Calma gatinha, ele não está apaixonado por você e, provavelmente, nunca irá se apaixonar.

Pra falar a verdade, diria, por experiência própria, que esse é o pior tipo de cara, faz você deleitar-se com a doce ilusão de talvez estabelecer algo mais sério, mas no fundo só quer te convencer a conhecer o apartamento dele.

Cinco horas da matina. Depois de simplesmente ignorar todas as informações concretas, mas não tão positivas que você colheu a noite, ele realiza o “grand finale” para colocar um fim a pegação. Pede o seu telefone. Você faz aquele charme, diz que ele não vai ligar. Ele insiste. Você inevitavelmente pensa: “que fofo!!! Está mesmo interessado”. Acaba cedendo e passa o seu número para o meliante.

Pronto. Você garantiiu uma desilusão para saborear pelos próximos dias. Depois disso, nem pense em fazer xixi sem levar o celular...vai que ele liga. Parece até piada. E, nesse momento, você deve estar lendo o texto e pensando: eu não sou neurótica a esse ponto. Ok. Continue fingindo para si mesmo q é uma mulher segura e bem resolvida, que não está louca para aquele telefone tocar, que está “chovendo na sua horta” e que, principalemente, você está sozinha por opção. Pausa para a gargalhada. No dia em que dar boa noite para o jornal nacional por não ter mais para quem dar boa noite for bacana você me avisa que eu mudo de opinião.

Dois dias depois. Findo todos os comentários possíveis e imaginários com as suas amigas. Esgotadas as análises sobre todo o ocorrido. Você se dá conta de que algo surpreendente aconteceu. Advinha? ELE NÃO LIGOU. Você perdeu seu tempo, horas de pensamentos inúteis porque aquele babaca não foi capaz de falar para você no final da night: “Valeu, foi bom, Adeus”.

Brincadeiras a parte, essa história é só para revelar o óbvio. Nós somos loucas, sedentas por uma ilusão que nos faça crer mesmo que por dois dias apenas, que existe alguém que pensa na gente não como uma peça de açouge, mas talvez, como a mulher maravilhosa que nós vemos no espelho, com todos os defeitos e, põe defeito nisso, mas muito mais do que peito e bunda.

Uma grande amiga minha diria o seguinte nesse momento: tudo isso se resume em uma frase singela: ELE NÃO ESTÁ TÃO AFIM DE VOCÊ. Esse filme realmente é fantástico, deveria inclusive ser receitado pelos terapeutas para que nós assistissemos pelo menos uma vez por mês. Dessa forma, talvez na próxima encarnação voltaríamos vacinadas contra canalhas.

A verdade, nua e crua, é que o nosso problema é achar que vivemos sempre a exceção, que a regra dos relacionamentos, ainda que efêremos, fadados ao insucesso só se aplica aos outros, que os homens que nós conhecemos não são tão cafajestes quanto o das nossas amigas, ou que as desculpas que eles dão, não são tão esfarrapadas assim.

Quando você analisa a situação da outra é fácil visualizar toda a ilusão, toda a trama romântica que ela mesma criou, mas quando nós estamos no pólo passivo da história, distorcemos os fatos, transformamos qualquer besteira em manifestação de carinho e simplesmente ignoramos o um milhão de indícios de que ele está cagando quilos de cocô na sua cabeça.

No terceiro dia você se dá conta de que o seu telefone não vai mais tocar, aquele fiapo de esperança está se perdendo no meio de tamanho choque de realidade e aí surge o derradeiro suspiro sem noção das nossas mentes. O golpe fatal no nosso vulnerável coração: Vou mandar uma mensagem e esperar para ver o que rola.

Rola mais uma solene ignorada na sua pessoa e mais três dias para você digerir a sua rejeição. Nós mulheres somos muito ansiosas, não sabemos aguardar, não conseguimos lidar com a situação de impotência de ter que esperar o outro tomar a atitude. Não conseguimos conceber o fracasso inevitável das relações efêmeras que vivemos.

Temos a mania tola de enfeitar e encher de glamour uma simples ficada na night. Mania incurável de romantizar nossas vidas como se estivessemos numa novela, de acreditar no futuro de relacionamentos que sequer tiveram um presente considerável.

No fundo nós não conseguimos aceitar que na maioria das vezes nós não estamos no comando. Algumas vezes é preciso reconhecer que somos reféns do que se passa na cabeça alheia. Se ele não ligou, nem te procurou, independente da desculpa que você crie, é porque o que aconteceu foi uma ingênua fantasia da sua cabeça, um devaneio de uma mente feminina solitária e carente.

O amor não conjuga o verbo querer em primeira pessoa do singular. O amor só trabalha na primeira pessoa do plural...nós. E quando um não quer dois não se amam.

O amor acontece avassalador. Eu acredito. Acontece da exata maneira que você nunca cogitou e acontece com aquele com quem você nunca se imaginou. E acaba virando a história imperfeita mais perfeita, inebriante, que sua mente fértil jamais ousou sonhar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

As férias da minha vida...

As férias da minha vida...


Preciso de férias, férias da minha cabeça, dos meus pensamentos. Férias das minhas frustações e dos meus medos. Quero ausentar-me da minha pessoa, guardar os cacos que me restam numa caixa e sair sem rumo, sem prumo, no osso da minha existência, somente com o que me parece verdadeiramente essencial.



Difícil agora é determinar o essencial, conceito complexo demais para a minha fadigada cabeça que mistura todas as emoções num constante estado de confusão mental, de tristeza quase que como um padrão normal.



Naturalmente eu não me aguento mais, absorta em tudo aquilo que já devia ter deixado para trás, o passado não me atormenta, ele simplesmente não ocupa o passado, paira sobre o presente e me assombra com a possibilidade de tomar o meu futuro. A sensação é de se estar presa há tanto tempo na mesma história que chego a duvidar se um dia hei de identificar quem fui antes de tudo começar.



Se fechar bem os olhos e, num grande esforço segurar, bloquear a tormenta dos meus pensamentos insólitos, consigo ainda que de relance, numa memória frágil e vulnerável recordar da utópica vida que um dia ousei viver. Um passado tão distante, que já me questiono se ele realmente existiu ou se foi apenas um sonho bom, daqueles de se acordar sem fôlego, exalando felicidade.



De repente, abro os olhos. Os pensamentos dominam novamente a minha cabeça, consigo ainda que momentâneamente, numa experiência quase que sobrenatural sair do meu próprio corpo e enxergar como sou, vista de fora. Figura desorientada, perdida no tempo e no espaço, cansada, exaurida da injusta luta para tentar ser feliz, mendingando um sopro de esperança, acreditando no ludico mantra de que tudo vai dar certo.



Outro pensamento caloroso, será que alguma coisa ainda vai dar certo? Será que ainda vale a pena acreditar num futuro bom? Ou será que simplesmente algumas coisas nasceram erradas e são naturalmente abortadas pela vida? Azar o meu que me apeguei ao mico preto do baralho.



Luto por férias do meu tempo, do meu cansaço, da saga de viver a minha vida. Férias para recuperar o fôlego, a gana de continuar respirando, conseguir novamente viver um dia por inteiro e não simplesmente empurrar o tempo para debaixo do tapete, junto com a infinidade de coisas que julguei difícil demais de tentar viver, não quero seguir sobrevivendo, quero a lucidez da vida, chega de me contentar com o torpor da minha existência.



Não lembro quando tive o meu último momento de felicidade gratuita, de alegria por simplesmente respirar, aliás não me lembro a última vez que meus pensamentos estavam tão brandos que eu podia sentir e escutar a paz da minha respiração.



Os anos escoam pela minha vida e, como espectadora assisto minha juventude se dissolver em lágrimas, sem que eu tenha tido forças para vivê-la. Tudo que eu gostaria de ter, tudo que eu gostaria de ter sido agora, parece enfim, que eu consegui parar de querer. Ando desistindo de muita coisa, ando entregando os pontos ao que acredito ser inevitável, não há razão para lutar, não para lutar pela realidade que me parecer ser possível.



Sou humana, sou mulher, sou portanto, ainda romântica, acredito que ainda exista alguma chance de recuperar um pouco da minha dignidade, um pouco daquela quase que esquecida alegria.



Por fim, desejo somente colocar meus pés no chão, largar tudo que me chateia, esquecer todos que me atormentam, quero sacudir a poeira, me livrar das rasteiras, seguir meus passos despretensiosos, mas sempre na direção certa, seguindo em frente.



Quero férias do que sou agora, quero voltar a acreditar no que eu ainda posso ser. O tempo não perdoa, mas ensina, hei de virar Phd da vida e, quando a minha voz falhar, minha pele enrugar, meus cabelos a tinta não mais pintar, vou olhar para trás e buscar a única certeza que meus pensamentos perdidos ainda podem experimentar...depois daquelas férias eu renasci...

O amor não escolhe a idade...

Meninas,

Essa "entrevista" é simplesmente sensacional. Percebam como a neurose e a psicopatia feminina podem começar muito cedo. Nós mulheres, independente da idade, aprendemos a sofrer de amor antes mesmo de trocar as fraldas. Parece que a síndrome do coração partido não poupa nem os corações mais inocentes...

http://www.youtube.com/watch?v=E--1Re9fHCI&feature